Sobre mim
Psicanalista. Graduei-me em 2003 e tenho mais de 15 anos de experiência no atendimento a adultos. Iniciei meus estudos na Universidade Mackenzie e, posteriormente, aprofundei meu conhecimento com uma especialização na PUC-SP. Além disso, concluí um mestrado na Universidade de Montpellier, na França. Ao longo da minha jornada acadêmica e profissional, busquei aprofundamento em escolas de psicanálise como o Sedes Sapientiae, o Fórum do Campo Lacaniano, o Instituto Langage e a Société de Psychanalyse Freudienne (SPF). Também escrevo, por prazer e outras razões, nas horas vagas ou não tão vagas assim.
Atualmente, conduzo meu trabalho exclusivamente online, proporcionando um atendimento dedicado e personalizado.
ATENÇÃO :
Desconfie sempre de um profissional "psi" que mistura técnica com religião. Psicanálise e religião só se misturam em grupos de estudo de analistas e talvez em pizza com análise de sonhos.
O silêncio na terapia é como um jogo de palavras cruzadas - você tem que lidar com ele, decifrá-lo e, claro, nunca descartar a possibilidade de que o terapeuta esteja apenas pensando no que vai comer no almoço.
Na análise, descobrimos as ciladas que criamos e decidimos se queremos continuar nelas ou se é hora de trocar de cilada. Saber algo não implica necessariamente agir com o que se sabe, mas pelo menos agora você tem uma desculpa!
Se o analista fala em jargões psicanalíticos, é como se estivesse tentando explicar a trama de uma novela mexicana para um marciano. Ninguém tem obrigação de entender, mas se explicar com emojis, tá liberado.
A análise não é uma amizade com benefícios. Você pode compartilhar teus segredos, mas esqueça a ideia de descobrir se o terapeuta tem um perfil bacana no Instagram.
Confidencialidade e sigilo são sagrados na terapia, então fique à vontade para soltar as ideias mais malucas. Afinal, onde mais você poderia discutir sobre como a sopa de letrinhas de pensamentos malucos faz sentido?
Profissionais "Psi" não são chefs de cozinha - não podem receitar medicamentos ou suplementos, a menos que sejam médicos. Se você sair da terapia com uma receita de vitamina, pode ser hora de questionar.
O que é a Psicanálise então?
Sabe-se que todo psicólogo, psicanalista tem de passar pelo processo terapêutico como parte de sua formação. Encontrei o meu primeiro analista nos idos de 2004 e falo aqui como alguém que passou pela experiência da análise algumas vezes.
A Psicanálise oferece, em primeiro lugar, um espaço reservado de livre expressão de pensamentos, reflexões (embora o ideal seja não refletir muito ao falar a um analista!), de fala mesmo.
Diria que é o lugar, ainda que virtual, onde podemos falar livremente (descobriremos mais tarde que essa liberdade não é tão ampla assim). Mas tratamos em análise do nosso sofrimento, daquilo que nos é mais íntimo, do provoca dores em si e também nos outros, daquilo do que nos envergonhamos e que nos ultrapassa às vezes (mais conhecido no meio analítico como o nosso sintoma, que se repete sem avisar).
Com a psicanálise descobrimos que isso que nos ultrapassa também faz parte da gente e deve ser acolhido com a mesma disposição e cuidado com o qual acolhemos o que conhecemos em nós. Nem sempre é fácil seguir esse processo que não é em si uma garantia de bem estar o tempo todo. Por vezes é angustiante reconhecer em nós algo que preferíamos manter em segredo para nós e de nós mesmos. O fato de acolher e ouvir a si mesmo através de um outro nos alivia e também gera mudanças.
Descobrimos que, embora queiramos um guia, mestre, guru, o Outro não tem as chaves para conduzir a nossa vida. É um exercício de encontrar-se em meio às próprias contradições, aos próprios medos e decidir fazer algo com a pedra (colocada, muitas vezes por nós mesmos) no meio do caminho.
Nesse sentido a resposta sempre vem daquilo que é dito, por nós mesmos que nos colocamos na posição de analisantes (por isso o adjetivo vem de forma ativa). Ainda assim é preciso estar com um outro, que seja capaz de nos escutar e que nos faça nos escutar também.
Felizmente eu encontrei ao longo do meu percurso ótimos analistas e continuo ainda hoje a minha análise.
A Psicanálise também faz parte do que podemos chamar um cuidado de si. Um tanto daquilo que se sabe num processo analítico nos serve para reconhecer as dificuldades, as fantasias, os desejos que nem sempre são fáceis de assumir e lidar. E seguir ou não adiante com eles. Digo, aqui, caro leitor, que nem sempre é fácil abrir mão do sofrimento. Mas ao final se o reconhecemos já estamos a meio caminho de fazer outra coisa com ele.
Por que escrever?
Eu comecei a escrever muito cedo, acho que na adolescência. Precisava de um espaço onde armazenar os segredos e conflitos que me acompanhavam naquela época. Esses diários estão hoje guardados e são respeitados como a minha intimidade. Mais tarde na idade adulta já comecei a escrever cartas e pequenos poemas, inspirada que ficava pelos amores no caminho.
Também adorava escrever cartas a alguns poucos amigos, email pra mim também é considerado carta, virtual mas é =p.
Também escrevi cartas, e vez ou outra ainda escrevo ao meu querido Contardo Calligaris, que foi meu analista durante alguns anos e a quem continuei a escrever depois de sua perda, acho que tentando elaborar um pouco a falta dele. Embora tenha encontrado outro psi ainda escrevo para ele quando preciso.
Escrevo também quase que diariamente algumas reflexões, coisas que me fizeram pensar durante o dia, sobre trechos de livros que li, sobre filmes que vi, enfim... um pouco de cada coisa, mas principalmente do que me toca e me suscita alguma coisa que me parece importante.
Poesia tem sido mais raro, mas acontece.
Então tá aí...
Minha opinião sobre escrever enquanto analista? Acho terapêutico, apesar de ser outra coisa que não terapia.
Então você aí, que tá em análise ou não, que se angústia ou que tem vontade de dizer algo que acha que não deve ou não consegue, escrever pode ser um caminho, afinal, como diz Lacan, uma carta sempre chega a seu destino. E o destino é quase sempre a gente mesmo. Escrever faz bem e não custa nada. Minha aposta está neste site, na forma de poesia e reflexões também.